quarta-feira, 17 de junho de 2015

Monsanto e Luiz Carlos Heinze: uma parceria abençoada pela grande mídia do Brasil

Davenir Viganon
Um processo judicial coletivo contra a Monsanto foi aberto no Tribunal de Justiça de Los Angeles, no dia 20 de abril de 2015. A acusação é de propaganda enganosa promovida pela empresa, que esconde os efeitos danosos do Glifosato. A Monsanto propagandeia que o produto não afeta seres humanos, enquanto pesquisas comprovaram os efeitos danosos. As informações são da Revista Ecologia.

Nada disso foi noticiado nos grandes grupos de mídia estadunidenses. As principais agências de notícias também se negaram a repercutir o assunto. Esta cobertura da mídia é encontrada também no congresso. Segundo a reportagem “a proposta do deputado federal Mike Pompeo, do partido Republicano, é chamada de DARK Act (Deny Americans the Right to Know), HR 1599, que iria dar imunidade jurídica a Monsanto e impedir que os Estados exigissem a rotulação dos transgênicos”.

O que isso tem a ver com o Brasil? O Glifosato, é importado e usado as toneladas para o país sob o nome de “Roundup”. O resto da história não é muito diferente em terras tupiniquins. A mídia hegemônica não solta uma palavra sequer sobre as graves acusações e evidentes suspeitas sobre a Monsanto. O mais grave, no entanto, é como a intensa representação política dos ruralistas no Congresso Nacional não demonstra preocupação ao ocultar os perigos deste produto.

O projeto do deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS) altera a redação do Artigo 40 da Lei nº 11.105/2005 e, na prática, revoga o Decreto 4.680/2003, que regulamenta os transgênicos no Brasil. Essa alteração desobrigaria o rotulamento de transgênicos com o triângulo amarelo e a letra “T”, passando apenas a uma frase grafada no produto. Para todos os efeitos é a mesma “DARK Act” dos EUA.

Efeitos do Glifosato (“Roundup”) nos seres humanos

A esperança dos advogados e ativistas anti Monsanto nos Estados Unidos é basicamente exercer pressão pela via judicial, procurando estabelecer precedentes legais e obter restrições à Monsanto a partir da justiça. A possibilidade da mesma contra o poderio da Monsanto é no mínimo, ingênua. Uma economia em crise como a estadunidense dificilmente abortaria, ou sequer restringiria, uma operação lucrativa como a venda do “Roundup”.

No caso Brasileiro, eleve-se exponencialmente tal ingenuidade. A poderosa bancada ruralista conquistou facilmente a Câmara de Deputados e o projeto tramita no Senado neste momento. Não se vislumbra uma derrota da Monsanto nem dos ruralistas brasileiros. Afinal o Glisofato dá lucro e como diria James Carville: “É a economia, estúpido!”.

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